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Deveria ser sobre amor


Talvez eu ainda seja muito nova, talvez meu espírito seja o mais velho de todos. Ou talvez eu apenas tenha endurecido minha alma frágil por causa do medo e das decepções, mas a cada ano, mês, semana e dia que se passa percebo que, apesar de ser bom, amar não é saudável.

A pessoa, quando ama, sabe onde está se metendo e faz isso de forma quase que totalmente racional, não fosse por aquele trago (do verbo tragar) de sentimento que a faz imaginar que todo o seu futuro, toda a sua vida e felicidade está amarrada à uma só pessoa.

Já dizia que Aristóteles que os vícios e excessos não são saudáveis e que apenas o meio termo pode trazer a felicidade completa. Amar é um excesso e odiar é um vício, ao mesmo tempo que amar é um vício e odiar é um excesso; gostar é o meio termo em ambos os casos.

O resto é físico. Ou deveria ser.

Quem ama, querendo ou não, torna sua própria cova mais funda a cada dia investido no amor. Esquece-te de ti mesmo, de teus pais, de teus irmãos e irmãs, esquece-te até mesmo de teus filhos e pensas apenas no ser amado. Quando este adoece (ainda que seja um resfriado), entra em transe, o mundo acaba mil vezes a todo segundo. Chora.

Amar é embebedar a lucidez sem de fato deixar de estar sóbrio. Não é mais você, mas sim o ser amado. Submete-se à situações desconfortáveis, talvez até humilhantes. Não é saudável.

Quem ama, querendo ou não, suicida-se um pouco a cada instante.

O resto é físico. Ou, pelo menos, deveria ser.

By: Samara Costa

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