Papel & Caneta

Particularmente, acho a arte de escrever cartas algo tão simples e carinhoso. O fato de separar um tempo do seu dia para se dedicar a escrever a alguém, nessa nossa era de extrema movimentação informacional e instantaneidade, é tão raro e, talvez por isso mesmo, tem seu charme.
Entretanto, escrever uma carta não consiste apenas em escrevê-la, existe também toda uma parte sentimental. O que deseja expressar na carta? Como fazê-lo? Enviar fotos junto? O que quer que o destinatário entenda e sinta quando ler? Quanto tempo demorará? Terá uma resposta? Qual será?
A carta em si não transmite muita coisa, mas a expectativa do trocar delas é único. Existirão cartas que serão escritas e nunca enviadas, eu mesma já fiz muito disso; existirão outras que nunca terão uma resposta, também já o fiz uma vez; e algumas cartas suas serão mais para você mesmo que para qualquer outra pessoa.
Pensando nisso agora me vem a ideia de que, talvez, o hábito de trocar cartas possa ajudar na depressão, tirando a decepção de ver uma mensagem sendo visualizada e pondo no lugar a esperança de uma resposta surpreendente. Além de trabalhar e testar a paciência e prática também criatividade.
Tento algo diferente nesse fim/começo de ano, mande cartas a quem você gosta e está longe, mande cartas a quem está ao lado. Mande cartas a si próprio (pode parecer loucura, mas talvez ajude a alimentar a auto-estima).
Pegue papel e caneta e escreva!